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Índia elege primeira presidente tribal

Na quinta-feira (21), a Índia elegeu a segunda mulher presidente do país, sendo ela a primeira de uma tribo marginalizada. Draupadi Murmu obteve amplo apoio do partido do primeiro ministro Narendra Modi, com 64,03% dos votos válidos dos parlamentares do país e assim vencendo o candidato de oposição Yashwant Sinha.

 

Draupadi Murmu é natural da tribo Shantal, localizada no estado de Odisha. Professora, acabou se tornando política a partir da atuação em questões comunitárias de sua localidade. Obteve destaque ao se tornar ministra do governo em Odisha e posteriormente governadora de Jharkhand, tendo seu trabalho pautado principalmente em proteger os direitos tribais e de populações marginalizadas da Índia.  Sua candidatura e ascensão a um alto cargo constitucional do país fez com que fosse celebrado um sentimento de emancipação e reconhecimento dos povos tribais marginalizados.

 

Na Índia, o presidente é o chefe de Estado, enquanto o posto de chefe de governo é ocupado pelo primeiro-ministro. Assim, a função do presidente, segundo a Constituição, seria de aconselhar e auxiliar o premiê, porém há casos em que o presidente exerce uma função essencial para a manutenção da democracia: por exemplo, quando não há um partido em maioria no Parlamento, o presidente deverá escolher quem formará o governo. Além disso, para ocupar a presidência, o candidato deve passar por eleições indiretas votadas pelo colégio eleitoral, ou seja, o Parlamento e o Legislativo.

 

A eleição de Murmu gerou debates que tangem a questão de gênero: com a predominância de líderes masculinos, não há um consenso em que título a presidente deve utilizar. Em hindi, a palavra para presidente é rashtrapati, “pati” significa marido. Muitos acreditam que deveria haver uma mudança para rashtrapatni, em que “patni” significa esposa. Mas, além da palavra carregar simbologias criticadas por defensores dos direitos da mulher, Murmu é viúva. Outras opções que surgiram seriam as que representassem “líder” ou “chefe”. A Constituição, todavia, reconhece apenas a denominação rashtrapati.

 

Fontes: CNN, ORF, Nikkei Asia, G1

 

Texto por: Laura Goularte e Eduarda Vieira

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