Faleceu, no dia 20 de janeiro, a cantora Elza Soares, de causas naturais, conforme anunciado por sua assessoria. Considerada a cantora brasileira do milênio em 1999, Elza foi um símbolo da resistência feminina negra na luta contra a fome e a violência. 

 

Elza quando criança já gostava de cantar, e em meados dos anos 50, se inscreveu em um programa de calouros, na tentativa de ganhar o prêmio e conseguir comprar comida e remédios contra pneumonia para seus filhos, escancarando a realidade de extrema pobreza em que vivia. A partir desse dia foram 35 álbuns produzidos e inúmeros shows realizados, em uma carreira de sucesso mas marcada por tragédias e dificuldades.

 

Avessa a rótulos, Elza cantava e inovava em estilos como samba, jazz, música eletrônica, hip-hop e funk. Seus versos entoavam experiências vividas pela própria artista, assim como representavam o empoderamento feminino e negro, expondo a violência presente nas desigualdades sociais.

 

O legado de Elza se dá principalmente a cultura da música popular brasileira e a resistência perante as imposições da sociedade. Havia marcado ainda para o mês de janeiro fazer o registro audiovisual de suas novas composições no Theatro Municipal de São Paulo, demonstrando como sempre afirmou, que não poderia ficar parada, e sim caminhar com o tempo, não se intimidando com nenhuma distorção e dissonância e, como diz a letra de sua música “Mulher do fim do mundo”, cantando até o fim. 

 

Fontes: Estado de Minas, CNN, G1, BBC News Brasil.

Texto por: Laura Goularte e Eduarda Vieira