top of page

Acerca de

Logos-04.png

Boletim de Notícias

#FreeHerFace: o apoio às jornalistas afegãs

O mês de maio foi marcado por decretos privativos aos direitos das mulheres no Afeganistão. No dia 9, o grupo Talibã ordenou que as mulheres cobrissem o rosto deixando apenas os olhos à vista, e mais tarde recomendaram o uso da burca tradicional ao sair em público. Caso não cumpram a ordem, estarão sujeitas a punições que atingem também os parentes próximos do sexo masculino.  Mais recentemente, no dia 19, a decisão também se entendia às apresentadoras de televisão enquanto estivessem no ar, podendo o uso de máscaras cirúrgicas.

 

Apesar dos decretos, apresentadoras de diversos jornais afegãos foram ao ar no sábado (21) com os rostos descobertos. Após o ato, autoridades do Talibã conversaram com os responsáveis pelas agências sobre a penalização das afegãs. Assim, no domingo (22) os rostos já estavam cobertos, sob ameaças de transferências e demissões. Sobre isso, a apresentadora Farida Sial se pronunciou: "Eles querem apagar as mulheres da vida social e política". Para as jornalistas, é cansativo falar com o rosto coberto por cerca de três horas. O Human Rights Watch chama a atenção para a falta de informação pelos deficientes auditivos que utilizam a leitura labial para compreender as falas.

 

Nas redes sociais, a campanha #FreeHerFace ganhou adeptos: homens, principalmente jornalistas, postaram fotos utilizando máscaras cirúrgicas em apoio às colegas. O movimento foi além e se espalhou pelo meio televisivo, onde os âncoras afegãos também utilizaram máscaras durante as transmissões.

 

O Taleban retornou ao poder no Afeganistão em agosto de 2021, após a retirada das tropas da OTAN. Inicialmente o discurso era de que a nova era que se iniciava seria diferente da vivida pela população afegã entre 1996 e 2001, onde mulheres eram proibidas de sair em público sem a burca azul, considerada a mais rígida; mas na prática, o que se viu foram decretos que proíbem mulheres de frequentar lugares públicos ao mesmo tempo da população masculina e não permitem viagens longas desacompanhadas; que claramente limitam os direitos da sociedade civil, sobretudo a feminina. 

 

Fontes: G1, BBC, Human Rights Watch, Observador.

Texto por Eduarda Vieira e Laura Goularte

bottom of page