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O caso de Dom e Bruno
Desde o dia 6, o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira tem se mostrado um caso que gerou intensa comoção, nacional e internacional. O jornalista do The Guardian e o indigenista vinculado à FUNAI e à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) faziam um trajeto entre a comunidade São Rafael e a cidade Atalaia do Norte.
Assim que o desaparecimento foi registrado, as buscas contaram com indígenas conhecedores da região, Polícia Federal, Força Nacional, Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari e Marinha. A Univaja declarou a FUNAI e ao MP do Amazonas que a região onde Bruno e Dom atuavam era alvo frequente de ataques a indígenas, pesca irregular e extração ilegal.
No dia 8, a polícia prendeu preventivamente Amarildo Costa, que estava na região portando munição de uso restrito, juntamente de seu barco com marcas de sangue. Dias depois, foram encontrados pertences pessoais dos desaparecidos na região, até que Osney da Costa confessou ter matado ambos com ajuda do irmão.
Durante o processo de busca, os jornais que Dom trabalhava se manifestaram temendo sobre a segurança dos dois e pedindo a resolução o quanto antes. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos emitiu no dia 11 uma nota pedindo ao governo brasileiro informações sobre ações adotadas e que redobrasse os esforços de segurança. Em Londres ocorreu manifestação em frente à Embaixada do Brasil cobrando respostas sobre o ocorrido. Com a confissão de Osney, o governo brasileiro recebeu críticas por falta de segurança em proteger a Amazônia e os povos que nela habitam e trabalham.
O acontecimento não se trata de um caso isolado: a morte de ativistas ambientais e dos direitos dos povos indígenas por fazendeiros, garimpeiros e exploradores da Amazônia é uma problemática que vem se arrastando por décadas. Atualmente, o Brasil está em 3º lugar em mortes de ativistas, tendo ocorrido 20 assassinatos em 2020, de um total de 227 no mundo. Muitos casos ficaram mundialmente conhecidos, como o de Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo em 2011, de Dorothy Stang em 2005 e de Chico Mendes em 1988.
Fontes: CNN, AFP, Correio Braziliense, Estado de Minas.
Texto: Eduarda Vieira, Laura Goularte e Suzana Luna