Se você acompanha nossos resumos semanais já deve saber que algo está acontecendo no Sri Lanka, mas o que?

 

Há meses vemos protestantes tomando as ruas da capital, Colombo, e, mais recentemente, invadindo as residências dos atual ex-presidente e ex-primeiro-ministro. O Sri Lanka passa por uma grave crise econômica derivada da má gestão fiscal e do acúmulo de dívidas, tornando difícil a aquisição de bens básicos pela população, como alimentos, remédios e combustível.

 

O país é uma república comandada por um presidente que acumula funções, porém as mesmas se encontram fragilizadas na conjuntura atual. Há pelo menos duas décadas quem está à frente do poder no país é a família Rajapaksa, principalmente representada pelos irmãos Mahinda e Gotabaya. O segundo já foi primeiro-ministro 6 vezes, e ambos ascenderam rapidamente aos cargos de poder, sendo que já foram investigados por crimes de corrupção no país.

 

No dia 9 de julho os manifestantes se dirigiram à residência do então presidente Gotabaya Rajapaksa, que deixou o país e se demitiu. Assumiu, então, o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe como presidente interino. Em 20 de julho, eleições foram convocadas no Parlamento para a escolha oficial de um novo presidente, sendo Wickremesinghe o escolhido.

 

Embora a crise atual esteja de fato assolando o país, as remontadas de pedido de ajuda financeira ao FMI para gerenciamento da economia cingalesa vêm desde seu processo de independência. As sugestões das instituições internacionais são para que se aumente impostos, privatize empresas públicas e aumente os cortes nos subsídios de energia; o que foi ressaltado em reunião com embaixadores americanos, chineses e o presidente Wickremesinghe. Todavia, é nítido a falta de preocupação com o estado de emergência e a repressão política, que faz com que a população fique sujeita a interesses políticos de uma classe minoritária.

 

Fontes: BBC, Vatican News, Brasil de Fato, Paralelo 33

Texto: Laura Goularte e Eduarda Vieira